8 de setembro de 2011

  Quem me conhece, sabe que gosto de comida. O meu estômago é quase uma entidade com vida própria, que tenta constantemente contactar com o exterior através de grunhos.




  Quando ele me parece infeliz, eu tento alimentá-lo, até porque o gajo torna-se chato e começa a falar alto numa língua que eu desconheço.
  A questão aqui é o que acontece quando eu não o alimento.
  Eu não sei bem o que acontece cá dentro do meu corpo, devem ser cenas desarrumadas, mas tomemos como exemplo a altura em que acordo.



  Quando como pouco à noite e fico demasiadas horas sem me alimentar porque, bem, estou a dormir, é como se o estômago fizesse refém toda a parte de mim que é fofinha e agradável. Nem sequer consigo pensar a 100%, a minha cabeça fica confusa e fico zonza. É possível que me assemelhe a um Gremlin, mas a mim podem dar comida depois da meia noite. Por favor, dêem.



  Não havendo comida nas redondezas, o caminho até ela parece-me sempre uma peregrinação. Em silêncio, se possível.
  A certa altura, chega o momento em que a magia finalmente acontece e é rápida a agir. O estômago recebe alimento e, em troca, devolve-me a minha parte boa. O dia fica mais bonito. Os planetas voltam a estar no local correcto. A humanidade pode sobreviver.


 Isto claro, até à manhã seguinte.

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